27 outubro 2009

Domingo Grego

Passeando sem pretensões num domingo ensolarado, resolvemos almoçar no grego localizado perto da Av. Paulista chamado Acrópoles. Pra quem não conhece o Acrópole, ele é um dos mais famosos restaurantes gregos em São Paulo, que possue duas unidades: uma no bairro do Bom Retiro e outra nos Jardins, onde visitamos.

Entramos para almoçar na varanda externa, mas devido ao calor tivemos que passar ao interior do restaurante no segundo piso, que não tem a decoração caprichada que o primeiro piso tem, mas mesmo assim o ambiente é muito agradável.


Decoração do piso inferior

Já ao sentar pedimos uma Mythos, cerveja grega de amargor acentuado. Gelada no ponto e excelente para refrescar o calor do dia.



Partimos então para a entrada: Romus - purê de grão de bico com tahine. O grão de bico na sua única forma consumível pra mim. Bom demais eram os pãezinhos acompanhando.



Logo em seguida fomos aos pratos:

Moussaka, a melhor que já comi, sente-se no prato o fescor dos ingredientes usados para prepará-la.



Pra variar, escolhi um prato um pouco diferente, mas que agradou demais, não só pela carne ser suculenta e bem preparada, mas também pelo balanço de sabores do prato. Pato com champignon (que estavam inteiros, diferente do que a gente vê por aí), suco de laranja, cebolinha (cebola picles) e vinho. Uma porção bem servida de uma coxa inteira de pato com arroz branco.



Como já não cabia mais nada, decidimos com Ouzo, bebida destilada típica, muito parecida com Arak.



Infelizmente pela quantidade de comida tivemos que dispensar a sobremesa, mas como não deixamos passar nada, mais tarde passamos na Oscar Freire para um Häagen-Dazs para matar o calor de domingo.

30 junho 2009

O Velho e o Pé de Jabuticaba

E lá estava o velho senhor de barba branca, sentado no banco enferrujado embaixo da jabuticabeira, sempre no mesmo horário, com as formigas caindo no seu chapéu. Interessante como ele passava os dias lá, com o mesmo chapéu e os braços cruzados na frente da saliente barriga, parecendo aborrecido com a juventude impetuosa que passava e nunca, mas nunca demonstrava respeito.

A cara fechada, de quem não quer uma boa conversa, um bom papo. Era como quisesse ser invisível a quem passava. Com exceção do banco. Ele sempre ali no banco, sozinho. Nem tenta sentar aqui, dizia o olhar dele sempre que eu passava por lá. Olhar de velho astuto, que já viu gente demais passar pelo banco embaixo do pé de jabuticaba e tentar sentar ao lado dele e puxar conversa.

Fui-me embora dali e, uns anos depois ao retornar, não vi o velho ali. De repente morreu. Talvez tenha morrido de solidão. Nunca vi ninguém morrer acompanhado, também. Todo mundo morre sozinho, de uma forma ou de outra.

Cortaram a jabuticabeira, ou ela se foi junto com o velho, que parecia ter uma ligação com a bela árvore e as formigas que nela moravam. Ficou só o banco enferrujado. Sento ali pra relembrar os anos, e sabe, curiosamente me deu uma vontade de ficar...

08 junho 2009

Um sábado no Embú

Nada como um dia de sol pra aproveitar Embú das Artes. Passeando por lá, encontra-se itens muito interessantes de artesanato e antiguidades. Pra quem gosta de caminhar, o lugar é agradável, limpo e as lojas proporcionam belos artigos de decoração a quem visita a cidade.


Através de uma dica, pudemos não só apreciar o dia, mas também um dos melhores restaurantes locais: o Empório São Pedro, que mistura o ambiente agradável de um antiquário e o ar de um restaurante de cinema.

O Empório localiza-se numa pequena passagem de pedestres chamada Viela das Lavadeiras, num canto meio escondido do público que passa na calçada, mas acaba chamando a atenção pela beleza do local.


Para começar, pedimos um antepasto e um couvert:

- Lâminas de salmão defumado com tomate assado, shitake grelhado e um toque de limão, que estava excelente;


- Pães caseiros, caponatta, salada assada, tomate seco, alichella, sardela, manteiga aromatizada e alho confit. O alho e a manteiga foi o que realmente chamou a atenção no prato, onde não só a manteiga estava deliciosa, como o alho além de saboroso, não tinha o cheiro nem o sabor exagerado do mesmo.

Para o prato principal, os pedidos giraram em torno do medalhão de mignon grelhado, servido com molho de duas mostardas, mel e gratin de batata. O sabor do molho e da carne (ao ponto), estavam incríveis, e o gratin de batata, que o chef chamou de "arroz com feijão, qualquer um faz", complementava o sabor da carne e molho.

Mas para mim, a estrela do almoço foi a paleta de cordeiro assada, servido com gratin de acelga e limão com molho do próprio assado. Segundo o chef, a paleta ideal a ser assada é a dianteira, pois esta é mais macia que a traseira, que é onde o cordeiro traciona as patas. Me atrevo a dizer que está entre as melhores carnes que já comi até hoje. O molho complementou muito bem. O que realmente chamou a atenção foi o gratin de acelga e limão. Diferente do gratin normal, confesso que fiquei com receio por não ser um fã de acelga. Porém, fui surpreendido pelo sabor e textura, que complementava a da carne macia e suculenta.


Depois dos pratos principais partimos para as sobremesas. As meninas foram de petit gateau de doce de leit com calda de frutas vermelhas, que foi muito elogiado e eu fiquei com o souflê gelado de Grandmarnier, com laranja confit e canela, que possuía uma bela apresentação, mas o álcool do Grandmarnier sobressaía um pouco demais ao sabor do confit.




Ao final, a conta que foi um pouco alta (com bebidas - sucos de laranja e Stella Artois), mas que valeu cada garfada, não só pela comida preparada com extremo cuidado, mas também pelo atendimento e ambiente, que se apresenta junto com a bela comida do lugar.

Empório São Pedro Antiquário e Cozinha: Rua Siqueira Campos – Viela das Lavadeiras, casas 28 e 75. Embu das Artes, SP. Tel: (11) 4781-2797.

24 abril 2009

Surpresas

Em breve teremos surpresas nesse guarda roupas mofado que chamam de blog.

Aguardem...

26 março 2009

Etiqueta de Boteco

Entra aí no boteco. Senta no balcão, ou numa mesa e pede. Mas não espera ser bem atendido. Nem tem porquê. Aqui no boteco tu não paga dez porcento, meu chapa. Não tem serviço cinco estrelas. Por isso se chama boteco (do seu Onofre, do Pida, do Arnaldo, Galo de Ouro - qualquer nome é nome). Se fosse classe "A" tinha nome chique (francês, sabe?).
Pede uma pinga da casa. Aí já chega ganhando a confiança do dono. Do maior orgulho ele fala da tal cachaça: - É com flor de passarinho (ou qualquer fruta estranha que se preze botar em pinga) que eu plantei lá no meu sítio. Deixei curtindo 3 meses.
Só então pede a cerveja. Mas não vem de fuleragem. Sem bater com o punho fechado no balcão, pô. Dá um tapa sonoro daquele e diz: - Me vê aquela do rótulo vermelho, trincando o bico de tão gelada.
Aí bebe umas três. toma mais uma "amarelinha" pra abrir o apetite e belisca um amendoim japonês. Puxa um papo com a turma local. Fala do curíntia, fala do Lula, fala do preço da carne e da cerveja.
Toma último copo de virada, que é como bebedor de boteco faz. Assim, de golão. Levanta e dá o discurso que todo homem conhece: - Pra casa, dá um alô pra patrôa, que a janta já deve tá no jeito.
Paga a conta com dinheiro, claro. Boteco de verdade não tem esse esquema de cartão. O troco, diz que fica pra descontar aquela da semana passada.

Se possível leva mais uma e devolve o casco depois. Pra tomar com a janta da patrôa...

25 março 2009

Enquanto Isso na Sala de Justiça...

Hoje fiquei sabendo que os cartéis de tráfico de drogas no México, faturam até vinte bilhões de dólares por ano com a venda de seu produto para os EUA. Como o mundo já anda de cabeça pra baixo mesmo, fica aí a pergunta pra galerinha em casa refletir:

- Será que não rola uma ajuda financeira pra GM, Ford e Chrysler?

06 março 2009

Visão confusa de um Dia Conturbado

Visão realista (e pessimista, porque penso que a realidade é péssima): o mundo é mau, o mundo é cruel. O ser humano na atual conjuntura do mundo é gado. Isso mesmo: gado.

Exemplo: quando você precisa fazer um exame periódico na empresa que você trabalha, você recebe uma folhinha dizendo: xxx-x Fulano de Tal (sim - primeiro o número, depois o nome). A empresa que te contratou te conhece pelo número. Exatamente como eles fazem com a vacina do gado. Lê-se o número num "brinco" na orelha do animal e vê-se se ele tomou a tal da vacina. E é assim que acontece conosco. Número. No banco, no trabalho, no médico.

As pessoas não se cumprimentam na rua e se sentem estranhas quando algum desconhecido age com educação. Onde estão os bons modos e a cordialidade das pessoas? Ninguém se olha nos olhos hoje em dia?
Mas eu também me sentiria incomodado se viesse algum desconhecido (que eu provavelmente chamaria de bizarro) e dissesse "bom dia, colega". Imagina, mais um número qualquer me cumprimentando no meio da rua.

O mundo é grande demais, o mundo é pequeno demais. Muita informação pra processar. E-mail, poster, banner, flyer, televisão, internet, rádio. Chegamos em casa com a cabeça doendo. Meus avós não tinham isso, aposto. Era tudo andando mais devagar do que hoje.
E mesmo assim continuamos andando no ritmo que nos ditam. Os chefes, os clientes, os amigos e tudo mais. Uma hora o cara cansa.


É, segunda-feira que não acaba...