07 fevereiro 2007

Declaração de Amor ao Avesso

O que não entendes mulher, é que eu seria capaz de te levar café na cama todos os dias, com uma rosa cultivada em nosso próprio jardim. Queria eu poder me dedicar a você, amando-te mais do que a mim mesmo e do que qualquer outra pessoa. Poderia ver-te crescer e envelhecer ao meu lado, e ainda assim te amaria até o último dia da minha vida.
Mas já não quero mais isso.
Não adianta chorar pra mim, porque as tuas lágrimas já não me comovem mais. Não queira olhar pra mim, pois esses teus olhos, onde antes eu poderia me perder pra sempre, já não me despertam mais sentimentos. Essas suas bochechas coradas, antes minhas, já não me pertencem mais e não quero mais beijá-las ou acariciá-las de qualquer maneira. Gostaria de dizer-te que não adianta mais mexer pra mim os cabelos que eu já cheirei e acariciei. O único cheiro que ainda sinto vindo deles é o cheiro de mágoa e saudades que ficaram entre nós dois. As suas coxas quentes em dia de inverno, só me trazem o reflexo do frio distante que é o teu coração. Cansei de esperar que algo como apreço viesse de ti. Agora o que posso esperar é que não tornarás mais a ver aquele homem apaixonado e feliz por te dar todo o meu carinho.
Só quero dizer não quero mais. Não quero mais sofrer ao teu lado, nem sorrir ao teu lado. Não quero mais passar as tardes de sol, deitado na grama fazendo planos e dizendo o quanto eu te amo. Não olharei para trás e nem direi que me arrependo. Direi apenas que as lembranças que trago comigo agora moram distantes do meu peito.
Mas te vendo assim, dormindo nua em minha cama, posso apenas desejar que me queira sob a carícia dos meus dedos e sob o zelo do meu coração.