26 março 2009

Etiqueta de Boteco

Entra aí no boteco. Senta no balcão, ou numa mesa e pede. Mas não espera ser bem atendido. Nem tem porquê. Aqui no boteco tu não paga dez porcento, meu chapa. Não tem serviço cinco estrelas. Por isso se chama boteco (do seu Onofre, do Pida, do Arnaldo, Galo de Ouro - qualquer nome é nome). Se fosse classe "A" tinha nome chique (francês, sabe?).
Pede uma pinga da casa. Aí já chega ganhando a confiança do dono. Do maior orgulho ele fala da tal cachaça: - É com flor de passarinho (ou qualquer fruta estranha que se preze botar em pinga) que eu plantei lá no meu sítio. Deixei curtindo 3 meses.
Só então pede a cerveja. Mas não vem de fuleragem. Sem bater com o punho fechado no balcão, pô. Dá um tapa sonoro daquele e diz: - Me vê aquela do rótulo vermelho, trincando o bico de tão gelada.
Aí bebe umas três. toma mais uma "amarelinha" pra abrir o apetite e belisca um amendoim japonês. Puxa um papo com a turma local. Fala do curíntia, fala do Lula, fala do preço da carne e da cerveja.
Toma último copo de virada, que é como bebedor de boteco faz. Assim, de golão. Levanta e dá o discurso que todo homem conhece: - Pra casa, dá um alô pra patrôa, que a janta já deve tá no jeito.
Paga a conta com dinheiro, claro. Boteco de verdade não tem esse esquema de cartão. O troco, diz que fica pra descontar aquela da semana passada.

Se possível leva mais uma e devolve o casco depois. Pra tomar com a janta da patrôa...

Um comentário:

Rafael Rosa disse...

Pede 2 bolinhos pra levar pra casa tambem! :P
Muitas saudades.
Aquele abraço! Aquele!