16 março 2011
Silêncio
Sabe-se que uma relação acaba quando os dois não conseguem ficar em silêncio sozinhos na mesma sala. O silêncio sempre acompanha de mãos dadas com o desconforto de estarem ali. Porque um sabe o que o outro está pensando, e sente que deveria falar algo, mas já não são mais íntimos o suficiente para dizer: chega né? Já deu pra nós dois. Estamos perdendo tempo aqui. o CD do Oswaldo Montenegro é meu e a coleção de enciclopédia Barsa fica pra você.
Acho que me desviei do assunto. Bem, quanto aos dois sentados no chão da sala acarpetada, romperam o relacionamento. Não se suportavam mais.
O que vocês esperavam depois daquela bela explicação lá em cima?
27 outubro 2009
Domingo Grego
Entramos para almoçar na varanda externa, mas devido ao calor tivemos que passar ao interior do restaurante no segundo piso, que não tem a decoração caprichada que o primeiro piso tem, mas mesmo assim o ambiente é muito agradável.
Decoração do piso inferior
Moussaka, a melhor que já comi, sente-se no prato o fescor dos ingredientes usados para prepará-la.
Como já não cabia mais nada, decidimos com Ouzo, bebida destilada típica, muito parecida com Arak.
30 junho 2009
O Velho e o Pé de Jabuticaba
A cara fechada, de quem não quer uma boa conversa, um bom papo. Era como quisesse ser invisível a quem passava. Com exceção do banco. Ele sempre ali no banco, sozinho. Nem tenta sentar aqui, dizia o olhar dele sempre que eu passava por lá. Olhar de velho astuto, que já viu gente demais passar pelo banco embaixo do pé de jabuticaba e tentar sentar ao lado dele e puxar conversa.
Fui-me embora dali e, uns anos depois ao retornar, não vi o velho ali. De repente morreu. Talvez tenha morrido de solidão. Nunca vi ninguém morrer acompanhado, também. Todo mundo morre sozinho, de uma forma ou de outra.
Cortaram a jabuticabeira, ou ela se foi junto com o velho, que parecia ter uma ligação com a bela árvore e as formigas que nela moravam. Ficou só o banco enferrujado. Sento ali pra relembrar os anos, e sabe, curiosamente me deu uma vontade de ficar...
08 junho 2009
Um sábado no Embú
Através de uma dica, pudemos não só apreciar o dia, mas também um dos melhores restaurantes locais: o Empório São Pedro, que mistura o ambiente agradável de um antiquário e o ar de um restaurante de cinema.
O Empório localiza-se numa pequena passagem de pedestres chamada Viela das Lavadeiras, num canto meio escondido do público que passa na calçada, mas acaba chamando a atenção pela beleza do local.
Para começar, pedimos um antepasto e um couvert:
- Lâminas de salmão defumado com tomate assado, shitake grelhado e um toque de limão, que estava excelente;
- Pães caseiros, caponatta, salada assada, tomate seco, alichella, sardela, manteiga aromatizada e alho confit. O alho e a manteiga foi o que realmente chamou a atenção no prato, onde não só a manteiga estava deliciosa, como o alho além de saboroso, não tinha o cheiro nem o sabor exagerado do mesmo.
Para o prato principal, os pedidos giraram em torno do medalhão de mignon grelhado, servido com molho de duas mostardas, mel e gratin de batata. O sabor do molho e da carne (ao ponto), estavam incríveis, e o gratin de batata, que o chef chamou de "arroz com feijão, qualquer um faz", complementava o sabor da carne e molho.
Mas para mim, a estrela do almoço foi a paleta de cordeiro assada, servido com gratin de acelga e limão com molho do próprio assado. Segundo o chef, a paleta ideal a ser assada é a dianteira, pois esta é mais macia que a traseira, que é onde o cordeiro traciona as patas. Me atrevo a dizer que está entre as melhores carnes que já comi até hoje. O molho complementou muito bem. O que realmente chamou a atenção foi o gratin de acelga e limão. Diferente do gratin normal, confesso que fiquei com receio por não ser um fã de acelga. Porém, fui surpreendido pelo sabor e textura, que complementava a da carne macia e suculenta.
Depois dos pratos principais partimos para as sobremesas. As meninas foram de petit gateau de doce de leit com calda de frutas vermelhas, que foi muito elogiado e eu fiquei com o souflê gelado de Grandmarnier, com laranja confit e canela, que possuía uma bela apresentação, mas o álcool do Grandmarnier sobressaía um pouco demais ao sabor do confit.
Ao final, a conta que foi um pouco alta (com bebidas - sucos de laranja e Stella Artois), mas que valeu cada garfada, não só pela comida preparada com extremo cuidado, mas também pelo atendimento e ambiente, que se apresenta junto com a bela comida do lugar.
Empório São Pedro Antiquário e Cozinha: Rua Siqueira Campos – Viela das Lavadeiras, casas 28 e 75. Embu das Artes, SP. Tel: (11) 4781-2797.
24 abril 2009
26 março 2009
Etiqueta de Boteco
Pede uma pinga da casa. Aí já chega ganhando a confiança do dono. Do maior orgulho ele fala da tal cachaça: - É com flor de passarinho (ou qualquer fruta estranha que se preze botar em pinga) que eu plantei lá no meu sítio. Deixei curtindo 3 meses.
Só então pede a cerveja. Mas não vem de fuleragem. Sem bater com o punho fechado no balcão, pô. Dá um tapa sonoro daquele e diz: - Me vê aquela do rótulo vermelho, trincando o bico de tão gelada.
Aí bebe umas três. toma mais uma "amarelinha" pra abrir o apetite e belisca um amendoim japonês. Puxa um papo com a turma local. Fala do curíntia, fala do Lula, fala do preço da carne e da cerveja.
Toma último copo de virada, que é como bebedor de boteco faz. Assim, de golão. Levanta e dá o discurso que todo homem conhece: - Pra casa, dá um alô pra patrôa, que a janta já deve tá no jeito.
Paga a conta com dinheiro, claro. Boteco de verdade não tem esse esquema de cartão. O troco, diz que fica pra descontar aquela da semana passada.
Se possível leva mais uma e devolve o casco depois. Pra tomar com a janta da patrôa...
25 março 2009
Enquanto Isso na Sala de Justiça...
- Será que não rola uma ajuda financeira pra GM, Ford e Chrysler?